
Nesta quinta-feira (24), representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR) participaram do 3º Encontro Regional de Combate ao Abate Clandestino, promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia e pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. O evento teve o intuito de mostrar os riscos econômicos, sociais e ambientais que envolvem o abate irregular de animais no estado da Bahia, apresentar maneiras de combater essa prática e reduzir os riscos de contaminação.
Para o secretário da SMDR, Breno Farias, é de suma importância a participação do Governo Municipal para debater, junto com o Ministério Público e como a Adab, as alternativas para combater o abate ilegal. “Infelizmente, é uma ação que ainda acontece em muitos lugares do Estado. Segundo estudos, um terço da carne consumida na Bahia é clandestina. Apesar disso, em nosso município, a gente pode assegurar que bem mais que 90% de toda a carne bovina consumida é regulamentada”, afirmou o gestor da pasta.
O coordenador de Agropecuária da SMDR, Arlindo Rebouças, destacou que Vitória da Conquista é uma cidade privilegiada por ter um equipamento público tão necessário como o Abatedouro Municipal, que segue um protocolo rígido para garantir a higiene e segurança alimentar, e abastecer os frigoríficos e feiras livres do município. “O abatedouro facilita bastante e é de suma importância. Nós estamos aqui hoje discutindo para evitar que ainda ocorra algum tipo de abate ilegal em nosso município e nas cidades circunvizinhas. Falta, às vezes, informações mais claras para evitar a contaminação da carne e, por isso, a importância desse encontro regional cheio de informações relevantes”, disse Arlindo.
Após a abertura do encontro, foi realizado o painel 1 “Impactos econômicos, sociais e sanitários do abate clandestino”, com a palestra “Consequências do abate clandestino – Consequências econômicas e sociais e os riscos da saúde pública”, ministrada pelo diretor de Inspeção Sanitária da Adab, José Oliveira Cardel Ramos. “Trouxemos nesta palestra alguns dados sobre os riscos que estão envolvidos por trás de uma atividade do abate irregular de animais. O abate irregular não envolve somente uma questão de risco à saúde pública, mas questões de impacto e dano ao meio ambiente. Além de questões relacionadas à sonegação de impostos. Então o impacto social disso também é muito grande. Isso se torna uma concorrência desleal com aqueles que praticam a atividade legal e regulamentada”, disse José Oliveira.
A programação do encontro ainda incluiu o painel 2 de Fiscalização e controle do abate clandestino, através da palestra “Estratégias de fiscalização, controle e prevenção do abate clandestino, incluindo tecnologias e métodos de detecção”, ministrada pelo médico veterinário e fiscal estadual agropecuário da ADAB de Itapetinga, Iram da Silva Ferrão.
O painel 3 “Boas práticas e certificação de produtos” contou com as palestras “Boas práticas e certificação: garantindo a qualidade e segurança dos produtos”, ministrada pela fiscal estadual agropecuária da Adab, Kátia Lima, e “A importância da legalização e direcionamento dos animais aos abatedouros registrados”, ministrada pelo proprietário do abatedouro frigorífico Confrigo, Alber Ferreira Rezende.
Por último, o painel 4 “Conscientização e educação do consumidor”, que incluiu as palestras “Conscientização e educação: o papel do consumidor na prevenção do abate clandestino”, ministrada pelo promotor de Justiça da 8ª Promotoria de Justiça de Fiscalização de Vitória da Conquista, George Elias Gonçalves Pereira; a palestra “Papel dos órgãos de fiscalização”, ministrada pela promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Consumidor (Ceacon) do estado da Bahia, Thelma Leal de Oliveira; pela diretora da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental da Bahia, Eliana Fiais; e pelo diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Promotoria de Justiça de Itapetinga, Paulo Sérgio Menezes Luz.