Valor de suposto repasse estadual à Marcha para Jesus causa polêmica na Câmara

 

A questão envolvendo o valor que teria sido repassado pelo Governo do Estado para a realização da Marcha para Jesus, que ocorreu no último sábado em Feira de Santana, repercutiu hoje (12), na sessão da Câmara, em diversos discursos de vereadores evangélicos. A polêmica surgiu após o vereador Ismael Bastos (PL) criticar o valor, segundo ele de cerca de R$ 10 mil, que teria sido destinado pela gestão estadual para o evento, suficiente apenas para a veiculação de outdoors. Ele classificou o investimento como “uma esmola”.

Avaliando declaração do deputado federal Zé Neto (PT), que teria informado em entrevista que o auxílio financeiro repassado para o evento ultrapassou duzentos mil reais, para custear atrações e ações de comunicação, o vereador Edvaldo Lima (União) questionou “quem está faltando com a verdade”, já que os organizadores afirmam não terem recebido este aporte.

“Os apóstolos envolvidos na organização do evento são sérios. Eles falaram que desconhecem este valor. Portanto, o Governo está mentindo, a menos que traga e apresente nesta Casa a prova de que repassou os R$ 230 mil”, disse Edvaldo. Em busca de esclarecimento, explicou Ismael Bastos, ele obteve confirmação do secretário Municipal de Cultura e Lazer, Cristiano Lobo, de que não passou pela pasta que dirige nenhum tipo de verba relacionada à Marcha para Jesus 2025. “Cristiano respondeu que desconhece qualquer dinheiro vindo para contratação de bandas”, disse ele. Da mesma forma, um integrante da equipe de organização ao ser questionado por Ismael, garantiu não ter conhecimento de artista gospel contratado pelo Estado para o evento.

“Só se apresentaram cantores nacionais e locais, conforme tinham sido relacionados na grade da programação divulgada pela Prefeitura de Feira”, observou o vereador, lembrando que houve nota oficial da Comissão Organizadora, formada por AMIPE, Ministério Caverna de Adulão, COMMFE e Origem Brasil, esclarecendo que não solicitou ao Governo Estadual, nem foi comunicada sobre patrocínio para cantor/banda.

A nota garante que “todas as tratativas da comissão ocorreram exclusivamente com a Prefeitura, que patrocinou e divulgou todos os custos do evento no Diário Oficial do Município”, explicou Ismael. “A questão precisa ser esclarecida, pois Zé Neto colocou em dúvida a credibilidade dos organizadores. E isto está na cabeça das pessoas: R$ 10 mil ou R$ 230 mil?”, indagou, ressaltando que nesta versão teriam sido destinados R$ 150 mil só para gastos com publicidade.

Este valor, ele considera, já daria para colocar divulgação em vários sites, veiculação de chamadas na tv e outros. No entanto, observa, apenas viu propaganda em um site local e na rádio Cultura, emissora ligada à Igreja Universal.

Eli Ribeiro (Republicanos) disse que a marcha é um grande ato evangelístico que alcança a sociedade feirense em geral. No entanto, analisou que é importante esclarecer o problema, até para não atingir negativamente os organizadores. “Se houve, queremos saber onde foram para estes recursos”, ponderou. Para Jorge Oliveira (PRD), o que houve muito foram promessas de gente garantindo ajudar o evento financeiramente, mas que acabaram não se concretizando.

Foto: Kaio Vinícius/Acorda Cidade

Fonte: Câmara de Feira de Santana

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