
A Caravana da Reserva da Biosfera da Chapada Diamantina (RBCD) encerrou neste sábado (23) sua passagem pelo território, após percorrer mais de 900 quilômetros e visitar os municípios de Lençóis, Andaraí, Rio de Contas, Ibicoara, Seabra, Morro do Chapéu e Miguel Calmon. O último encontro foi realizado no Parque Estadual das Sete Passagens, em Miguel Calmon, e reuniu cerca de 100 pessoas entre representantes do poder público, organizações da sociedade civil e instituições ambientais.
A atividade foi conduzida pela Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema). A técnica da Sema, Juliana Rocha, abriu o evento com a apresentação da caravana e destacou a importância do processo participativo que marcou todas as etapas. Na sequência, houve falas do prefeito de Miguel Calmon, Marinaldo Sampaio de Souza Filho; da representante do Consórcio Piemonte da Diamantina, Camila Oliveira Costa; do gestor do Parque Estadual das Sete Passagens, José Manoel Zelis Pereira; do superintendente de políticas e planejamento ambiental da Sema, Luíz Araújo; de Melissa Branco, da Rede de Mulheres Indígenas para Biodiversidade da América Latina e Caribe; e do biólogo e secretário executivo do Subcomitê da RBCD, Fábio Lima.
A apresentação técnica do projeto ficou a cargo do assessor da Coordenação de Ações Estratégicas da Sema, Guido Brasileiro. Após a exposição, representantes da sociedade civil de municípios como Várzea Nova e Jacobina participaram do espaço de diálogo, com perguntas e contribuições para o processo. O evento contou ainda com a presença da representante da Unidade Regional do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) de Senhor do Bonfim, Jaquelini Santos.
Em balanço sobre os dias de atividades, o superintendente Luíz Araújo destacou o alcance da mobilização e os próximos passos da proposta. “Depois de todos esses dias no território, oito municípios e reuniões bastante produtivas, envolvemos mais de 300 pessoas no processo de escuta da caravana da biosfera. Recolhemos cartas de apoio e abrimos o diálogo para fortalecer a Chapada Diamantina. A partir de agora, retornamos para a sede da Sema para sistematizar as informações, construir um documento técnico e submetê-lo ao Ministério do Meio Ambiente. Lá, o material será avaliado pelo Conselho Nacional de Reservas da Biosfera e pela Comissão Brasileira do Programa Homem e Biosfera (COBRAMAB), e só então encaminhado ao Itamaraty para análise da Unesco, que decidirá sobre a criação dessa reserva tipicamente baiana”, explicou.
Para Fábio Lima, o resultado da caravana mostra a força do território e a importância do envolvimento direto das comunidades. “Estamos finalizando a caravana com uma mobilização significativa, apresentando a proposta de reconhecimento da Reserva da Biosfera da Chapada Diamantina. Conseguimos reunir sociedade civil, academia e poder público em um primeiro momento de diálogo e esclarecimentos, para que o território possa validar a proposta e, assim, criarmos a primeira Reserva da Biosfera 100% baiana”, avaliou.
Com o encerramento em Miguel Calmon, a proposta entra agora na fase de consolidação técnica, antes de ser submetida aos órgãos nacionais e internacionais responsáveis pelo reconhecimento das Reservas da Biosfera.