AFAC celebra 45 anos promovendo corridas e atletas

Quarenta e cinco anos de atividades promovendo competições, incentivando e contribuindo de forma efetiva na formação de novos atletas têm sido a missão da Associação Feirense de Atletas Corredores (AFAC). Um dos membros fundadores, Antônio Carlos Rocha, relembra um pouco dessa história e as dificuldades atuais dos corredores, que enfrentam a falta de locais adequados na Bahia para competições.

Fundada oficialmente em 1º de maio de 1980, a AFAC completou 45 anos de atividades em favor do atletismo baiano, promovendo eventos, revelando atletas e unindo, de forma positiva, adeptos e praticantes dessa modalidade esportiva. Na verdade, antes mesmo de sua fundação, a associação já existia em Feira de Santana, como demonstrado pela I Corrida de Rua de Feira de Santana, realizada em 1974. Nesse mesmo ano, em Salvador, foi criada a Associação de Veteranos de Atletismo da Bahia (AVAB).

“Começamos a correr ao redor do Dique do Tororó”, recorda o saudoso professor Agnaldo Marques, que costumava contar como foi a primeira competição: “Valter Figueiredo fez um disparo para o alto, como sinal de largada, e acabou sendo preso pela polícia por atirar no meio da rua. Depois tudo foi esclarecido, mas na hora foi uma grande confusão”. Agnaldo, que colecionou mais de 100 troféus e 500 medalhas, participou de três corridas de São Silvestre, em São Paulo, e de uma corrida internacional em Buenos Aires, Argentina.

Antônio Carlos Rocha, que também fez parte do grupo fundador da AFAC junto com Agnaldo, Joaquim Gouveia e Silvério Nogueira, entre outros, lembra que o grupo se reuniu inicialmente para traçar planos e elaborar o estatuto da entidade, que foi registrado em cartório e permanece válido até hoje. Ele destaca ainda o grande apoio técnico dado por Admilson Santos, hoje professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Ele vinha de Salvador, dormia em minha casa e nos orientava sobre a corrida de rua. Foi muito importante esse trabalho”, diz.

Essa base foi fundamental para os corredores que, até então, corriam sem qualquer conhecimento técnico, o que muitas vezes resultava em problemas físicos graves. Aos poucos, o grupo foi crescendo, incluindo a presença feminina, que até então era inexistente. A AFAC passou a participar regularmente de competições estaduais e nacionais. Antônio Carlos Rocha lembra que correu e completou a Maratona do Rio de Janeiro por quatro vezes, entre as décadas de 1980 e 1990, conquistando medalhas que enriqueceram seu currículo.

Ao longo de quatro décadas, a AFAC, atualmente presidida por Elenice Dias Santos, revelou importantes nomes para o atletismo baiano. Entre os atletas se destacam Romário, Giovane (falecido), Norval Batista, Aline Caribé, João Lima Neto, Djalma (falecido), Creuza Paiva e Dinah Lima Costa (especialista em 10 km), além de Antônio Renildo Brito ‘Luizinho’, tricampeão baiano e Norte/Nordeste no salto em altura e distância, Aline Caribé e Janine Bezerra, campeãs no salto em altura, e Aninha Pires, tricampeã baiana e Norte/Nordeste em arremesso de dardo. Outros atletas como Eurico Gaspar (salto em altura), Rosângela e Gastão Assis também se destacaram.

Antônio Carlos Rocha, que pratica atletismo desde os tempos de estudante no Colégio Estadual de Feira de Santana, agradece ao professor Nelson Nascimento, que se dedicava especialmente ao atletismo e aos esportes de quadra na cidade. Contudo, ele lamenta as dificuldades atuais para o desenvolvimento do atletismo na Bahia. “Hoje, a Bahia não tem pistas adequadas para competições oficiais, que são realizadas em Aracaju, Sergipe”, reclama, lembrando que, na Fazenda do Menor, localizada na área do antigo Aviário Modelo, havia uma pista de borracha sintética para corridas com seis raias de um metro e 25 centímetros. “Tudo foi produzido lá na administração do professor Antônio Lopes. Um funcionário recolhia resíduos de borracha da Pirelli e produzia as placas para a pista. Mas tudo foi desfeito, e hoje temos que recorrer a Sergipe”, lamenta.

Embora já não participe de competições, Antônio Rocha continua correndo para manter a forma e orienta jovens atletas. Ele observa, no entanto, que o número de novos corredores diminuiu, com os jovens se interessando mais por outras modalidades, especialmente o futebol.

Por Zadir Marques Porto

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