O futuro da cadeia produtiva do sisal esteve em pauta, na última sexta-feira (15), em Várzea Nova, durante a Audiência Pública “O Sisal nos Emancipou”. O evento reuniu produtores, trabalhadores, lideranças e autoridades para debater desafios e estratégias para fortalecer essa cultura símbolo do semiárido baiano, com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com a Prefeitura Municipal, e as secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri).
Na ocasião, a SDR, por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (SUAF), realizou a entrega simbólica de 1.800 kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para trabalhadores, parte de um total de 24.000 kits que beneficiarão 4.000 famílias, com o restante sendo distribuído conforme cronograma previamente definido.
A audiência teve como objetivo enfrentar os desafios da produção de sisal na região, diante da queda nos preços da fibra, baixa produtividade e instabilidade do mercado internacional. O Grupo de Trabalho (GT) para a Estruturação e Desenvolvimento Sustentável da Cadeia Produtiva do Sisal esteve presente para debater soluções e estabelecer alternativas como o aproveitamento integral da planta, a modernização de maquinário, qualificação de beneficiadoras e pesquisas para ampliar o uso da fibra.
“Na cadeia trabalhista que a gente se mantém hoje, a gente não tem por que sofrer, precisa de preço e o trabalho continuar, para as famílias levarem pão para a mesa. O proveito que a gente tira é ver a família ter o pão de cada dia e os filhos felizes. É uma honra dizer que é pai de família e colocar o pão na mesa com dignidade. Esse encontro foi produtivo, a gente falou o que precisava e foi muito importante”, disse o representante dos sisaleiros de Várzea Nova, João Paulo de Luz Andrade.
Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, a audiência foi um passo importante para definir um novo ciclo de desenvolvimento na região. “O sisal é mais que uma cultura agrícola, ele é parte da identidade e da história do semiárido baiano. Esta audiência nos ajuda a construir soluções coletivas para modernizar a produção, gerar renda e garantir que essa riqueza continue fortalecendo famílias e comunidades”.
Também participaram representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Câmara Setorial do Sisal, da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (APAEB), do Sindicato da Indústria de Fibras Vegetais da Bahia (Sindifibra), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAEB) e de outras entidades parceiras do GT.
“Enquanto MTE, queremos aprofundar o diálogo com todos os parceiros sociais da cadeia, entender funções, responsabilidades e direitos, e identificar oportunidades para melhorar a qualidade de vida de trabalhadores, produtores, donos de terra, exportadores e indústrias processadoras. Nosso objetivo é diagnosticar o setor, gerar alternativas, emprego e renda, fortalecendo o desenvolvimento da região”, afirmou o auditor fiscal do trabalho, Luiz Henrique Ramos.
Com a atuação coordenada da SDR e parceiros, a expectativa é que a cadeia do sisal retome o fôlego, ampliando a geração de renda, fortalecendo a economia regional e garantindo desenvolvimento sustentável para milhares de famílias agricultoras do semiárido baiano.
