
Foto: © Acnur/Rocco Nuri/Divulgação
Um grupo armado que controla parte do oeste do Sudão pediu nesta terça-feira (2) ajuda internacional para recuperar corpos e resgatar moradores das chuvas torrenciais, depois que pelo menos mil pessoas morreram em deslizamento de terra que destruiu um vilarejo nas montanhas.
Apenas uma pessoa sobreviveu à destruição do vilarejo de Tarseen, na área montanhosa de Jebel Marra, na região de Darfur, disse o Movimento/Exército de Libertação do Sudão (SLM/A).
O SLM/A, que há muito tempo controla e governa uma parte autônoma de Jebel Marra, fez um apelo às Nações Unidas e às agências de ajuda internacional para que ajudem a recolher os corpos das vítimas, incluindo homens, mulheres e crianças.
“Tarseen, famosa por sua produção de cítricos, foi completamente arrasada”, disse o grupo em um comunicado.
“Os aldeões das proximidades estão dominados pelo medo de que um destino semelhante possa lhes acontecer se as chuvas torrenciais persistirem, o que ressalta a necessidade urgente de um plano de retirada abrangente e de fornecimento de abrigo de emergência”, afirmou o líder do grupo, Abdelwahid Mohamed Nur, em um apelo separado.
O SLM/A tem se mantido neutro na batalha entre os principais inimigos na guerra civil do Sudão, o Exército sudanês e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF). Os dois inimigos estão lutando pelo controle de al-Fashir, a capital do estado de Darfur do Norte, que está sitiada pela RSF e sofre com a fome.
Os moradores de al-Fashir e das áreas próximas buscaram abrigo em Jebel Marra, embora os alimentos, os abrigos e os suprimentos médicos sejam insuficientes e centenas de milhares tenham sido expostos às chuvas. Tawila, para onde a maioria chegou, está sofrendo um surto de cólera, assim como outras partes de Darfur.
A guerra civil de dois anos deixou mais da metade da população do Sudão enfrentando níveis de crise de fome e expulsou milhões de pessoas de suas casas, deixando-as especialmente expostas às enchentes anuais do Sudão.
O governo do Sudão, controlado pelo Exército, expressou condolências e a disposição de ajudar.
O primeiro-ministro de um governo rival recém-instalado e controlado pela RSF, Mohamed Hassan al-Taishi, disse que estaria coordenando com o SLM/A a entrega de suprimentos para a área.
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Fonte: Agência Brasil