
Vitória da Conquista está participando do Fórum Movimentos pela Regeneração – em Direção à COP30 – do Sesc São Paulo, que acontece na capital paulista de ontem (7) até domingo (10). Com o intuito de pensar coletivamente sobre as mudanças climáticas que têm se tornado cada vez mais perceptíveis, o evento realiza atividades formativas e debates com especialistas, transmitidos ao vivo, a exemplo da mesa “O retrato das cidades brasileiras: Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025”, na qual a prefeita Sheila Lemos falou da experiência do município.
O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC) possibilita conhecer a situação de cada cidade, região, bioma, estado, regiões metropolitanas e grupos de cidades em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas, ações privadas e do terceiro setor na implantação da Agenda 2030. A ferramenta, desenvolvida de acordo com a metodologia usada pela Sustainable Development Solutions Network (SDSN), da ONU, traz um conjunto de 100 indicadores para o monitoramento da Agenda 2030 em todos os 5.570 municípios brasileiros. Com ela, o Brasil é o único país a conseguir monitorar todas as cidades nos 17 ODS.
A prefeita Sheila Lemos começou sua fala destacando Vitória da Conquista no cenário regional: “é uma cidade polo em educação e saúde, é a segunda melhor cidade para se viver no Nordeste, a mais segura da Bahia, que prioriza a infância, a adolescência e a transparência”. Ela fez uma retrospectiva sobre a implantação da Agenda 2030 no município, que começou a trabalhar com os ODS em 2021. Em 2022, a Comissão foi instituída na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e, em 2024, foi a vez da Comissão Intersetorial. “Nosso plano de governo foi elaborado pensando nos ODS e agora, em 2025, colocamos em nosso Plano Plurianual, que tem vigência de 2026 a 2029. Todo o PPA está também com os objetivos, porque se não for dessa forma nós não vamos conseguir mudar a vida das pessoas”, destacou Sheila.
Ainda este ano, foi sancionada a Lei Municipal nº 2.979/2025, que dispõe sobre a adesão à Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) como diretrizes de políticas públicas em âmbito municipal. A solenidade aconteceu durante o 1º Encontro ODS do Sudoeste da Bahia, realizado pela Prefeitura de Vitória da Conquista, em parceria com a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), a União Europeia, o Instituto Cidades Sustentáveis e o Programa Cidades Sustentáveis.
Sobre o IDSC, a prefeita comentou: “Fizemos o diagnóstico, observamos os índices que precisamos trabalhar todo dia e é isso que procuramos fazer. Ele nos orienta a agir para mudar realmente a vida das pessoas, principalmente as que mais necessitam. E é importante ter todos esses institutos para nos ajudar a mudar as nossas cidades”.
Dois dos palestrantes do evento conquistense – Zuleica Goulart do Programa Cidades Sustentáveis e Lavito Bacarissa, secretário-sxecutivo da Comissão Nacional dos ODS (CNODS) – estiveram no debate desta sexta-feira. Na ocasião, Lavito Bacarissa mencionou a dificuldade que os municípios brasileiros têm com o quadro técnico e o recurso financeiro para dar materialidade a Agenda 2030. “Mas esse é o nosso desafio, estamos empenhados, por isso, chamamos as principais instituições do Brasil com seu aporte e expertise”, afirmou. A partir da fala de Lavito, a prefeita citou que o Governo Municipal lançou a iniciativa “Líderes de Valor”, formação para servidores municipais focada no desenvolvimento de habilidades de planejamento, gestão e liderança inspiradora, para forjar líderes que não apenas gerenciem, mas que inspirem, inovem e entreguem resultados com mais impactos na vida dos cidadãos.
A mediação do debate ficou sob a responsabilidade de Igor Pantoja do Instituto Cidades Sustentáveis, que ainda contou com a participação de Viviana Santiago, diretora executiva da Oxfam Brasil – organização brasileira que faz parte de um movimento global contra a pobreza, a desigualdade e a injustiça. Viviana destacou que o modelo de desenvolvimento a ser adotado deve ser o que não deixe ninguém para trás.
Neste sentido, a prefeita Sheila, que também é vice-presidente para a Infância e Adolescência na Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, conclamou: “Que a gente possa trazer todos os municípios e a população para participar porque só assim nós vamos conseguir ter uma cidade mais justa, igualitária, melhor e inclusiva para todos”.