
Nos últimos anos, a Prefeitura de Feira de Santana reduziu “drasticamente”, segundo o vereador Jurandy Carvalho (PSDB), o apoio ao pequeno produtor rural através da disponibilizacao de tratores, para o preparo da terra visando o plantio. Ele fez o comentário na Câmara após participação, na Tribuna Livre, do presidente da Associação dos Agricultores Familiares da comunidade de Lagoa Suja e adjacências, José Ferreira Sales. Segundo Jurandy, que ocupa a presidência da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, órgão do Poder Legislativo, a frota de máquinas, que já chegou a 20 unidades, reduziu para apenas três.
Ele defendeu a construção de um plano para modificar essa realidade: “Nossa zona rural já foi rica e hoje, na produção agrícola, parece mais um cemitério”. Com o enfraquecimento da agricultura familiar no município, ele observou que a necessidade de políticas públicas voltadas ao seu fortalecimento é “cada vez mais urgente”.
Para o vereador Pedro Américo (Cidadania), a recuperação do solo é um conjunto de práticas que precisam ser debatidas e estimuladas, para um cultivo mais produtivo. Ex-secretário Municipal de Agricultura, o parlamentar reforça a necessidade de um orçamento adequado para a pasta, que possibilite o apoio da produção rural em suas diversas formas, como por exemplo, a criação de galinhas caipira. “Se a zona rural produzir mais, será melhor para Feira de Santana”, preconizou.
Silvio Dias (PT) recorda que a zona rural já foi um motor econômico do município, mas segundo ele, a precariedade no transporte, estradas e educação força os moradores a migrarem para a área urbana. “A gente precisa se debruçar em políticas e planos que façam o morador ver seu futuro na zona rural e sustentar a família com as atividades do campo”, defendeu. Para o vereador Professor Ivamberg (PT), não há desenvolvimento sem financiamento. Ele lembra que a Câmara já chegou a incluir R$ 43 milhões no Orçamento Municipal, para políticas voltadas ao campo, através de emendas. No entanto, o prefeito da época reduziu o valor para sete milhões, “insuficiente para atender às necessidades”.
Ismael Bastos (PL) demonstrou surpresa com a informação dada por Pedro Américo. “Se havia orçamento de R$ 40 milhões e se gastou apenas R$ 300 mil, parece que não se está valorizando o trabalho da Câmara e dos vereadores, que aprovaram essas verbas.” Mais atenção do poder público, é o que defende o vereador Luiz da Feira (PP). “Não temos políticas como cursos para os jovens, nem apoio adequado aos agricultores. Contem com minha força e apoio”, afirmou.
O presidente da Câmara, Marcos Lima (UB), lembra que o investimento na zona rural não se limita à Secretaria de Agricultura, abrangendo também saúde, iluminação e infraestrutura. Ele cobra maior atuação do Governo Estadual, visto que muitos deles precisam de novas ou melhores estradas de acesso, além de outros investimentos: “Em Humildes, por exemplo, não temos uma ponte construída e nem estrada aberta pelo governo”.
Fonte: Câmara de Feira de Santana