Governo Municipal homenageia mulheres negras no Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha

Governo municipal homenageia mulheres negras

A Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), celebrou o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha, nesta sexta-feira (25), com uma programação diversificada e aberta à comunidade. O evento foi realizado no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH) e teve como objetivo valorizar a trajetória, saberes, contribuições sociais e culturais de mulheres negras conquistenses.

Promovido pela Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, vinculada à Semdes, o evento contou a participação de representantes do Governo Municipal, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mulheres negras periféricas, comunidades quilombolas, líderes de movimentos culturais afro e comunidade em geral. A programação contou com apresentação cultural de Marcely Cillanne, mesa de honra, homenagem às mulheres que fizeram história em Vitória da Conquista e uma roda de conversa com o tema “Mulheridade: eu sou uma, mas não sou só”.

Representando a prefeita Sheila Lemos na mesa de honra, a subsecretária municipal de Educação, Selma Maria de Oliveira, destacou o compromisso da gestão com a construção de políticas públicas que garantem reconhecimento, respeito e justiça racial em todos os territórios do município. “Nosso Governo tem olhado de forma excepcional para as mulheres. É significativo ter como líder uma mulher. Quando observamos sua trajetória, entendemos o tamanho da responsabilidade. E, com essa responsabilidade, vem também as respostas que a Prefeitura tem dado à pauta das mulheres e da igualdade racial. É por isso que, neste dia tão importante, celebramos não só as conquistas das mulheres negras, mas também o exemplo de liderança que temos em nossa cidade”, disse a subsecretária.

O coordenador municipal de Igualdade Racial, Ricardo Alves, ressaltou que a iniciativa é uma forma de reconhecer o papel das mulheres negras na construção da sociedade. “Quando a Prefeitura realiza atividades como essa, ela reforça e reconhece o papel das mulheres negras na construção histórica da cidade. Falar de todas as mulheres é muito importante, mas, quando nós fazemos este recorte para as mulheres negras, nós estamos dando visibilidade a uma parcela da nossa sociedade que sempre sofreu com o racismo cultural no nosso país. Então, viva as mulheres negras, viva as mulheres negras de Vitória da Conquista”, enfatizou o coordenador.

Além de celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha, no Brasil, o 25 de julho também foi instituído, pela Lei nº 12.987/14, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma lei que homenageia a líder quilombola que se tornou símbolo de resistência tanto para a comunidade negra quanto indígena, liderando bravamente seu quilombo por mais de 20 anos.

Para a representante da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Subseção de Vitória da Conquista, Laís Chaves, a data é mais que uma celebração, é um marco de luta. “É muito importante trazer à tona a data de hoje, não apenas como uma comemoração, mas como um momento de resistência. A OAB, por meio da comissão, surgiu justamente para fazer essa ponte com as pessoas e levar ao conhecimento dos entes públicos a necessidade de reforçar de fato as suas políticas afirmativas. A mulher negra é historicamente marginalizada, mas temos que ter em mente o quanto ela é forte, o quanto é sinônimo de força, de resistência e de luta”, destacou.

No total, cinco mulheres foram homenageadas na ação, são elas: Aldina dos Santos, mulher negra, professora de Matemática e mestranda em Políticas Públicas; Elisabete dos Santos Silva, doutoranda em Ciências da Educação, professora da rede municipal e gestora da Escola Iara Cairo de Azevedo; Maria do Carmo Natividade, conhecida como Mameto Carmem D’Ogum, mulher preta, quilombola e ialorixá iniciada no Candomblé em 1973; Maria Dilça Santos Ribeiro, mulher quilombola da comunidade quilombola de Oiteiro, mãe de cinco filhos; e Vivian Honorato de Carvalho, mulher preta, doutora em Epidemiologia, professora do curso de Nutrição e do Mestrado Profissional em Saúde da Família da Ufba.

Segundo a professora Aldina do Santos, receber uma homenagem como essa é uma honra que uma mulher negra não carrega sozinha. “Ser mulher negra é ser parte de um corpo coletivo no mundo, um corpo histórico e resistente. A trajetória é individual, mas a minha identidade é coletiva. Então, ela se inscreve na luta de muitas outras mulheres negras que vieram antes de mim, que caminham comigo, que seguem abrindo caminhos”, pontuou a professora.

Nascida no território de Lagoa de Maria Clemência, dona Maria Dilça também foi homenageada no evento. Para ela, isso demonstra o que a população negra tem conquistado cada vez mais reconhecimento. “O que representa para mim é valorização. Antigamente, a gente não tinha isso e agora tem. Para mim, isso representa que os negros estão sendo valorizados”, relatou dona Maria.

A filha de Maria Dilça, Magnólia Santos Ribeiro, também participou do evento e expressou alegria ao ver sua mãe sendo homenageada. “Como filha dessa mulher negra, quilombola, guerreira, me sinto emocionada com essa homenagem, pois ela é merecedora. Nasceu no território quilombola, cresceu ali, criou seus filhos, voltou e hoje ela está sendo homenageada. Para a gente, é uma grande alegria”, comemorou Magnólia.

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