
Políticas públicas voltadas a ações educativas e de proteção devem ser desenvolvidas pelo Município como resposta ao aumento dos casos de violência contra a mulher em Feira de Santana. A sugestão é da vereadora Lu de Ronny (PV) que, na sessão da Câmara Municipal desta terça (19), defendeu a criação de medidas que vão além da repressão e que combatam, de fato, esse tipo de violência.
Ela chama a atenção para dados divulgados pela Defensoria Pública da Bahia no site Acorda Cidade: entre janeiro e julho deste ano, o número de atendimentos a mulheres vítimas de violência aumentou mais de 50% em comparação ao mesmo período de 2024. No total, 3.411 mulheres buscaram ajuda apenas nos primeiros sete meses de 2025, e já foram registradas 1.143 medidas protetivas de urgência desde o ano passado.
Conforme a parlamentar, o enfrentamento a esses índices deve ir além da repressão e se estruturar em redes de proteção reais, com psicólogos, assistentes sociais, capacitação profissional, moradia temporária e apoio financeiro. Além disso, ela defende a educação como forma de conscientizar a população e evitar que novos casos aconteçam: “Precisamos de políticas públicas permanentes, estruturadas, que atuem desde a infância, dentro das escolas, nas comunidades e famílias. A violência contra a mulher não nasce no momento da agressão, ela é construída ao longo de uma cultura que ainda tolera, justifica e silencia”.
A vereadora lembra que os números registrados nos boletins de ocorrência “têm rosto, nome, história e dor; são mães, filhas, esposas, vizinhas, mulheres que buscavam sobrevivência”,. Para ela, leis como a Maria da Penha são fundamentais, mas não bastam diante da gravidade dos casos. “Enquanto continuarmos tratando esse problema apenas quando ele explode, estaremos enxugando gelo”, lamentou.
Fonte: Câmara de Feira de Santana