A falta de apoio técnico e de aporte financeiro governamental estão causando um forte recuo da produção e abandono das atividades por parte de agricultores, na zona rural de Feira de Santana. A constatação é do presidente da Associação dos Agricultores Familiares da comunidade de Lagoa Suja e adjacências, José Ferreira Sales (popular Zé Grande), que na manhã desta quinta (14), usou a Tribuna Livre da Câmara Municipal. O dirigente chamou a atenção das autoridades para a necessidade de “enfrentar o desafio de mudar a atual realidade da área produtiva na Princesa do Sertão”. Defendeu uma discussão sobre a produção rural, “pois a questão depende de políticas públicas e de investimentos”.
O momento, disse o líder comunitário, é de crise no segmento produtivo. “É importante que esta Casa Legislativa construa uma discussão sobre como resgatar a agricultura familiar e a pecuária no Município”, reivindicou José Ferreira, ressaltando que a queda da produção rural vem ocorrendo há 40 anos.
Agricultores que antes colhiam entre 40 a 50 sacos de milho ou feijão, assinalou, “já não produzem mais nada”. Pode se dizer, ele acrescenta, “que são as pessoas que não querem produzir, ou mesmo, jogar a culpa nos jovens por não desejarem ficar na zona rural”. Na busca de soluções, Zé Grande informou que a Associação de Lagoa Suja está formando um bloco de entidades associativas rurais para analisar possibilidades de garantir a permanência da juventude no campo: “Quando a zona rural for geradora de emprego e renda, o jovem ficará. Se não se oferece as condições necessárias, é claro que a opção será buscar oportunidade fora”.
criticando a ausência de assistência técnica estadual com a extinção da empresa EBDA, o dirigente disse que a existência de secretarias de agricultura tanto em âmbito estadual, quanto municipal, “nada significa se não tiver técnicos disponíveis para acompanhar as atividades e dar apoio aos produtores”. Ele acredita que existem meios de “fazer este município voltar a produzir, mas não adianta a Associação, o Executivo e o Legislativo tentarem sozinhos”. A união dos poderes e a participação da sociedade civil seria “o caminho para a construção de um plano destinado a promover um novo desenvolvimento rural em Feira de Santana”.
José Ferreira se dirigiu, ainda, à Frente Parlamentar da Agricultura Familiar da Câmara, destacando a importância que ela exerça influência no debate do tema, focando principalmente em construir propostas de fortalecimento da atividade produtiva no campo. “O esforço poderá evitar, por exemplo, que a gestão pública precise adquirir itens da alimentação escolar em outras cidades e estados, em razão de não ter produção suficiente no Município para abastecer as escolas”, reforçou.
Fonte: Câmara de Feira de Santana
